O platonismo é uma corrente filosófica baseada nas ideias do filósofo grego Platão, centrada principalmente na Teoria das Ideias, que propõe a existência de dois mundos: o sensível, imperfeito e mutável, e o das ideias, eterno e perfeito. Essa doutrina influenciou profundamente a filosofia ocidental, abrangendo áreas como metafísica, ética, política e epistemologia.
Fundamentos do Platonismo
O platonismo tem como base a distinção entre o mundo sensível, acessível pelos sentidos, e o mundo inteligível, acessível apenas pela razão. No mundo sensível, os objetos são cópias imperfeitas de formas ou ideias perfeitas e imutáveis que existem no mundo das ideias. Por exemplo, todos os cavalos que percebemos participam da ideia perfeita de "cavalo", que existe independentemente do mundo físico. Essa teoria sustenta que o conhecimento verdadeiro não vem da experiência sensorial, mas da contemplação racional das ideias, sendo a ideia do Bem o princípio supremo de toda realidade e conhecimento.
A Academia e os Períodos do Platonismo
Platão fundou a Academia em Atenas por volta de 387 a.C., considerada a primeira instituição de ensino superior do Ocidente, onde filósofos debatiam temas filosóficos e desenvolviam o pensamento platônico. O platonismo é tradicionalmente dividido em três períodos: o Platonismo Antigo (século IV a.C. até meados do I a.C.), o Médio Platonismo (séculos I e II d.C.) e o Neoplatonismo (séculos III a VI d.C.). Embora essas correntes tenham evoluído ao longo do tempo, todas se consideravam fiéis à doutrina original de Platão, buscando interpretar e reelaborar suas ideias.
Influência e Interpretações
O platonismo influenciou diversas áreas do pensamento, incluindo a filosofia da matemática, onde o platonismo matemático defende que entidades matemáticas, como números e formas geométricas, existem de forma independente no mundo das ideias. Filósofos posteriores, como Plotino e Agostinho de Hipona, ampliaram o platonismo, integrando-o a visões religiosas e espirituais. A alegoria da caverna, apresentada na obra A República , ilustra como os seres humanos confundem sombras (realidade sensível) com a verdade, que só pode ser alcançada ao sair da caverna e contemplar a luz do Sol, símbolo da ideia do Bem.